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Voltei! Com o coração apertadinho e já cheia de saudades dos meus meninos do Quénia, onde há sempre tanto para
Voltei! Com a sensação de que o tempo, desta vez, passou ainda mais
Voltei! Ainda com mais vontade de voltar de
A cada ano que passa, sinto que faço cada vez mais parte deste Projecto. É quase como um regresso a casa. O regresso a uma Família onde vejo as Crianças crescerem saudáveis e com muito amor e carinho. Crianças que encontram no Orfanato da ADDHU um lar e o aconchego que perderam ou que algumas nunca
Este ano vivi um momento muito especial, em que a ADDHU acolheu duas irmãs, de 12 e 10 anos de idade, que tinham acabado de perder a mãe. São 4 irmãos e a única pessoa da família mais próxima é uma tia que vive no bairro de lata de Kibera e que por isso não tem condições para acolher os 4 sobrinhos. No momento em que vos escrevo, sei que a ADDHU acolheu também o irmão mais novo, um menino com 7 anos. O irmão mais velho ficou a viver com a
A integração destas meninas correu muito bem e foi muito emocionante ver como elas sorriam de novo quando conheceram a nova casa onde iriam morar. Já voltaram à Escola e a sua vida voltou ao ritmo normal...dentro do possível, já que posso imaginar como sentem a falta da mãe que perderam tão
Regressei também à escolinha pré-primária do bairro de lata de Kitui Ndogo. Este ano o numero de Crianças inscritas aumentou para 80; o ano passado eram 60. É maravilhoso o momento em que chegamos à sala de aulas... somos sempre recebidos com um grito hilariante de felicidade daqueles pequenotes, que vêm na nossa presença algo de muito positivo. Tocam nos nossos cabelos, agarram as nossas mãos, querem brincar connosco e até cantam para nós o que aprenderam com as professoras. Sou uma privilegiada por ser tão acarinhada por estas crianças, a quem este ano vamos ajudar a
O percurso que fizemos dentro do bairro de lata até chegarmos ao armazém onde comprei 3 sacos de comida (feijão, lentilhas e farinha) não foi nada fácil...caminhar no coração de um bairro onde as pessoas vivem em condições tão precárias, é algo que mexe muito com a nossa consciência e que nos faz estar ainda mais gratos pela vida que temos...e que a maior parte das vezes esquecemos de agradecer...
Voluntária Marta Sofia Pinto
“I love you right up to the moon!”
Said Little NuteBrown Hare and closed his eyes.
“Oh, that’s far!”, said Big Nutbrown Hare.
”I love you right up to the moon…and back!” said Big Nutbrown Hare.
(história Guess how much I Love).
Fantástica história de um amor que pode tudo e quando parece que o tudo já foi conquistado pode ainda esse tudo ser maior! É este tudo de emoções, de pessoas, de cores, de risos, de histórias, de dias que eu encontrei na minha experiencia de voluntariado no Quénia, um tudo maior do que o tudo que eu achei que já tinha conquistado. Conquistei muito ao longo de um curto mês no Centro Wanalea Children’s Home, ouvir “come on Marta, tell us a story and sing a song for us!” e vê-las adormecer uma a seguir à outra, e depois mais uma, não podia deixar de me mudar. É isto mesmo, engane-se quem leva a expetativa de mudar a realidade que aí encontra, até porque o essencial não é pertinente de mudança, pessoas com valores, carater, alegria e muita vontade de viver. Crianças que se levantam às 5h da manha e não se queixam, que todos dias têm uma pilha de trabalhos escolares para realizar e não se queixam, que todas as noites escovam tão orgulhosamente e com tanto vigor os sapatos para levar à escola e não se queixam! São estas as crianças que a ADDHU me deu a oportunidade de conhecer, crianças guerreiras. Crianças que não tiveram nem têm a vida facilitada mas que não desistem nem deixam que ninguém que as conhece desista delas, é impossível desistirmos. Assim que as conheci fiquei com a certeza de não ter qualquer direito, por um segundo que fosse, de não sorrir.
Na minha curta mas inesquecível estada em Nkoroi e no Soweto este foi o mote, nunca deixar de fazer o que melhor sei fazer, ouvir, sorrir, rir, abraçar e gostar muito mas mesmo muito de estar com todas as pessoas com quem me cruzei, mas sobretudo com os pequenos bravos meninos e meninas que, com certeza, me deram das maiores lições de vida que eu alguma vez já tive.
“Asante sana!” “See you soon!!”
Voluntários da ADDHU no Quénia Voluntários da ADDHU no Quénia